Editoria: Instalações
Título: Modernização com segurança
Subtítulo: Para comportar crescimento, instituições de saúde como o Hospital Alvorada adequam suas instalações e sistemas de utilidades a partir de rigorosos projetos de Engenharia Térmica.
Nos projetos de construção ou ampliação de edifícios hospitalares, a flexibilidade para futuras expansões é uma premissa indispensável. Afinal, nas última décadas, com o desenvolvimento acelerado de tecnologias da área de exames por imagem, por exemplo, as mudanças internas são uma constante.
Essas modificações implicam em reorganização do espaço e passagem de utilidades, tais como os sistemas de ar condicionado e ventilação.
“E as mudanças não exigem somente espaço e altura para as utilidades. Existem, também, as alterações decorrentes do aprimoramento da legislação, cada vez mais rigorosa e exigente no que diz respeito à assepsia interna do ambiente de saúde”, salienta o engenheiro Duilio Terzi, da Fundament-AR, empresa que atua na área de Engenharia Térmica no segmento de Projetos e Engenharia Consultiva.
O Hospital Alvorada, em São Paulo (SP), é um exemplo de instituição que cresceu se modernizou e, por isso, implementou uma série de projetos de utilidades.
“Ao longo dos anos, em parceria com a arquiteta Elizabeth Leitner, desenvolvemos diversos projetos no edifício do Hospital, mais precisamente 13 projetos gerais e com muita especificidade, atendendo áreas críticas, onde a preocupação era a de atender a legislação pertinente, seja da Anvisa, seja da ABNT”, conta Terzi.
O engenheiro também especifica que os projetos visavam atender às novas legislações com equipamentos de ar condicionado com maior capacidade e filtros mais finos. Em decorrência do tamanho dos equipamentos, foi necessário, ainda, buscar mais espaço, sobretudo porque o edifício não havia sido projetado para comportar equipamentos com tais dimensões.
As adaptações para viabilizar a modernização do Hospital Alvorada ao longo dos anos se deram a partir de um trabalho multidisciplinar, que reuniu arquitetos e profissionais especializados em instalações elétricas, hidráulicas e de ar condicionado e ventilação.
“Áreas que eram relativamente simples no passado, transformaram-se em áreas sensíveis e de extremo cuidado, além de serem áreas com uma carga bastante grande de regras na área de engenharia mecânica, tais como centros cirúrgicos, cozinha, UTI e UTI Pós-Operatória, Unidades Coronarianas, Pronto-Socorro, Pediatria e áreas de farmácias, para citar alguns ambientes onde fomos convidados a projetar e que demandaram um perfeito entrosamento entre os diversos players do projeto”, pontua Terzi.
Cuidados essenciais
Ao executar projetos em instituições de saúde, conforme ressalta Terzi, é essencial ater-se aos níveis de ruído das instalações, ainda que esse critério não esteja contemplado na norma vigente e nem na atual revisão da norma NBR 7.256.
“Esse cuidado é necessário particularmente em um local onde o silêncio é de fundamental importância, seja para a concentração dos profissionais da saúde, seja para os pacientes, que, muitas vezes, têm dificuldade de expressar-se em voz alta”, comenta.
Neste contexto, como frisa o engenheiro, a empresa tem como premissa a seleção de equipamentos, ventiladores, fan coils, Centrais de Água Gelada e bombas que tenham baixo nível de ruído e operem no ponto ótimo de rendimento.
De acordo com Terzi, as instituições de saúde devem estar atentas e evitar economias desnecessárias na escolha dos equipamentos de ar condicionado, as quais podem trazer transtornos futuros.
“O sistema de ar condicionado da área de saúde representa uma parcela mínima em relação ao investimento total de um Hospital e se esta parcela estiver mal dimensionada ou não atender aos critérios da legislação da Anvisa e da ABNT ou do Corpo de Bombeiros, corre-se o risco de dificilmente haver conserto futuro”, pondera o engenheiro.
Ele ainda afirma que falhas de cálculo ou incorreta seleção de ventiladores ou exaustores – quanto ao respeito às pressões diferenciais do ar entre ambientes – podem trazer consequências perigosas para as instituições de saúde, como risco de infecções cruzadas ou decorrentes de uso de material poroso e até mesmo risco de incêndio.
Considerando todos esses cuidados associados aos projetos de Engenharia Térmica, Terzi frisa que o trabalho consultivo é importante porque garante que os projetos sejam revestidos de detalhes e especificações, de modo que o instalador do sistema não tenha dúvidas na fase de compra de equipamentos, instalação, balanceamento e entrega do sistema.