A norma NBR 756 "Tratamento de Ar em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde", fazendo com que mais nenhum caso de infecção fosse relatado, explica o diretor da Fundament-Ar.
Outro caso levantado pelo Departamento Nacional de Projetistas da Abrava foi o da cabine de jateamento abrasivo de armamentos, para posterior pintura, de uma empresa naval localizada no Rio de Janeiro. O investimento na exaustão foi de R$60 mil; entretanto por não ter previsto em projeto a aplicação de depurador do ar contaminado, a mesma companhia teve de arcar com outros R$90 mil somente para desenvolvimento de reparos nesta falha, que, se não fosse reparada, provocaria danos à saúde dos operadores como, por exemplo, a silicose - doença pulmonar que resulta da inalação de sílica ou de silicatos existentes no ar poluído. O reparo foi realizado há quatro anos e, desde então, não houve qualquer ocorrência de danos à saúde ocupacional dos operadores.
Se compararmos esta única história com dados de pesquisas norte-americanas, podemos afirmar que o investimento realizado, mesmo para reparar um sistema cujo projeto não era tão eficiente, significou uma economia de 500% em indenização por ações cíveis. Isso, sem falar no impacto em função de danos por afastamento de trabalho desses operadores insalubres na reparação dos equipamentos dos navios.
Áreas Críticas
Já num hospital paulista, foi contratado um sistema de ventilação de ar condicionado para atender áreas críticas, com ambientes de nível de biossegurança 3 (NB3) – locais onde se realizam trabalhos com agentes nativos ou exóticos que possuam um potencial de transmissão via respiratória, podendo causar infecções sérias e potencialmente fatais, como o Mycobacterium tuberculosis, vírus da encefalite de St. Louis e a Coxiella burnetti.
Segundo Oswaldo Franco Alves Jr., da Masterplan Engenheiros Associados, empresa associada a Abrava que estudou o caso, a contratação de uma mesma empresa para os serviços de projeto e construção, sem o desenvolvimento deum projeto específico, em regime de turn-key, logo evidenciou que a mesma não possuía corpo técnico qualificado para este tipo de serviço, utilizando materiais e procedimentos inadequados à responsabilidade do sistema. “A fiscalização do hospital contestou as práticas empregadas, o que levou a empresa instaladora a abandonar os serviços, deixando o cliente sem a conclusão da obra e, com uma estimativa de novos investimentos da ordem de 80% superiores ao orçamento inicial”, conta ele.
Casos Positivos
Mas a contratação da Abrava não foi somente de casos negativos. Felizmente, o mercado apresenta empresas conscientes do papel importante do projetista especialista quando o assunto é climatização.